Um comentário do Ademir Medina no Mural do Boliche me estimulou a adicionar esse post. Entendo que seja válido (mais) um debate sobre esse tema: relacionamento “centros de boliche X jogadores federados”. Até porque o objetivo principal é melhorar esse relacionamento até chegar ao ideal: “centros de boliche & jogadores federados”.
O Ademir escreveu:
“Se um dia quisermos realmente difundir e entender nosso esporte como tal, creio que nossos esforços cada vez mais estão sendo desperdiçados.
Me refiro aos custos deste nosso esporte.
O que vou relatar é de minha total responsabilidade e não é somente um parecer de crítica mas antes de tudo de reflexão.
Lutamos e discursamos que para praticar este esporte em alto grau de excelência, são necessários recursos, em todos os sentidos, como preparo de pistas, materiais (bolas) as mais adequadas, material de apoio, técnico e formação técnica, formação de clubes e instituições particulares ao esporte,etc e aí esquecemos dos boliches, parte “pouco” importante neste contexto.
No ultimo Sábado a tarde (14h) e com base que jogarei a Taça São Paulo no Tiger Bowling, achei que poderia treinar meu material e pistas, para adaptação melhor e buscar os resultados, como manda os preceitos acima comentados.
Após jogar quatro linhas em 1 hora e 5 minutos, o custo deste “exaustivo” treinamento, estava em R$ 13,00 por linha jogada ou um sem importância míseros US$ 7.34 por linha.
Só havia (poucos) bolicheiros praticando com o mesmo objetivo que o meu, isto é, preparação para a Taça SP. O resto do boliche estava “às moscas”.
Os torneios diminuiram de 24 para 20 linhas, e o custo subiu algo em torno de 15 . Qual a lógica? E alguém ainda defende a tese de treinar para termos mais jogadores em nível internacional?
Desculpem-me, mas nossas seleções continuarão sendo determinadas somente pelo recurso financeiro individual e não pelos melhores jogadores ranqueados, pois ser destaque sem treinamento, concordamos, é impossivel. E sem altos recursos financeiros não se pode treinar. Que impasse, não é mesmo?
Devemos orar para que nossa classe de pretendentes à jogadores de alto nivel tenham bons “paitrocinadores” ou ganhem literalmente na megasena.
Ademir Medina”
Para abrir os debates coloco algumas questões: o que chamamos de “treino” é realmente Treino? Sempre li muito a respeito das técnicas de boliche (sem muitas pretensões, confesso), inclusive participei de uma ótima palestra do Marcelo Suartz no Clube Pinheiros. O Ademir e mais uma dúzia de interessados compareceram. O Marcelo merecia maior audiência. Bom, mas a questão aqui é outra. E dos vários aspectos abordados nessa palestra do Marcelo destacarei um que tem a ver com Treino (de verdade): ESTATÍSTICA. Ele nos contou que o treinamento a que é submetido nos Estados Unidos é praticamente todo baseado em análise de dados.
Em novembro do ano passado, quando tive o imenso prazer de acompanhar ao vivo mais uma Copa Mundial da Qubica AMF observei uma constante no maior campeão da PBA, Walter Ray Williams Jr., toda jogada que ele fazia no boliche… TODA JOGADA… seja em treino, bate-bola, competição, ele REGISTRAVA num IPod que, certamente, devia ter um programa de acompanhamento especial para o boliche. Agora, se um jogador de altíssimo nível como o Walter Ray faz isso até hoje, ele que já ultrapassou os 4 milhões de dólares em prêmios, recordista de títulos, e um monte de expressivos et ceteras, é porque analisar as informações registradas é essencial para se jogar boliche de alto rendimento.
Os treinamentos, para merecerem esse título, precisam ser planejados e orientados, registrados, tabulados, planilhados e analisados exaustivamente. Improviso e “feeling” em esporte de precisão não funciona.
Além disso, imaginem fazer um treino esforçado mas pouco produtivo e ainda pagar uma fortuna por resultados poucos expressivos? É ruim, hein?
Oi Ademir,
Concordo com você em muitas coisas, inclusive no domingo enviei um e-mail para o Kao relatando a necessidade de um preço especial para treino, pois eu não tinha idéia que o valor era esse absurdo.
Sobre o valor de torneios, posso falar sobre a Taça São Paulo. Os valores cobrados para esse torneio de 20 linhas não tiveram a redução proporcional às 24 linhas. O fato de se fazer a taça em três boliches e em um único turno, aumentou o custo e por final, existe o subsídio da FPBOL na festa de sábado, onde o atleta ao invés de pagar R$ 27,00, pagará R$ 17,00.
Fora isso, a FPBOL investiu no responsável pela AMF no Brasil em manutenção de pistas, para acertar o condicionamento no Tiger e no Center Norte, pois ambas não tinham o padrão técnico que nós jogadores necessitamos, inclusive no Center Norte o trabalho na máquina de óleo durou cerca de duas horas.
Bem, na verdade o nosso esporte precisa antes de mais nada crescer na esfera federações, tudo gira em torno da economia de escala, mais atletas, mais movimento, menor preço.
Creio que esta deva ser a missão de todos nós.
abraço,
Wagner