
Foi a única pessoa que conheci que chamava os outros de cretino e ninguém se ofendia, porque sabíamos que a palavra vinha recheada com carinho, antes de uma frase engraçada ou uma piada.
Uma vez, no extinto Planet Bowling, o Douglas desandou a fazer strikes a cada lançamento da bola, era um de um jeito e outro de outro, não importava qual pino a bola batesse e lá iam os dez pinos pro chão. Aí ele gritava: “O filho é feio, mas é meu.” Todos riam, ele mais que os outros. Então comentei que os strikes dele pareciam orelha de lutador de MMA, aquelas deformadas com aparência de repolho, a gente sabe que é orelha, mas parece repolho. E adaptei, a gente sabe que é strike, mas é repolho… A partir daí, ao invés de se incomodar, ele adotou a brincadeira e virou seu estilo próprio. Quem fizesse um strike esquisito, estaria copiando o strike repolho do Douglas. Numa Taça do seu clube Campineiro, à época, mandou fazer várias toalhinhas com um repolho bordado. Tenho a minha guardada até hoje.
Assim era o Douglas, companheiro, divertido, boa praça e bom jogador. Raridade nos tempos atuais. Fará falta.
Descanse em paz, repolhão!
(17 de outubro de 2016)