BOLICHE PARA CEGOS NO BARRA BOWLING

cbd_cegosJoão Quirino e Sandro Laina são atletas cegos que, na hora do lazer, deixam o quimono e as chuteiras de lado para se divertirem com o Boliche.

Leonardo Mataruna, coordenador de Pesquisas da CBDC (Confederação Brasileiro de Desporto para Cegos), é doutorando em atividade motora adaptada pela UNICAMP.


Em 2004, através da CBDC, Leonardo começou a desenvolver um trabalho de iniciação ao Boliche a deficientes visuais, primeiramente como uma forma de lazer, para que no futuro possa vir a ter praticantes de nível competitivo tanto nos campeonatos mundiais quanto nos regionais.

matarunaEle diz que o ensino do Boliche pra o deficiente visual é como o ensino de outras modalidades, onde se aperfeiçoa a orientação e mobilidade, ou seja, o reconhecimento da pista, do local de prática, desde a entrada, do acesso às instalações, até as pistas de jogo. Os atletas passam a reconhecer a distância dos pinos para o local de lançamento da bola, o tamanho dos pinos, os diferentes pesos de bolas, os diferentes tipos de perfuração das bolas, porque cada atleta tem um tamanho de dedo diferenciado.

O atleta cego, continua Leonardo, diferentemente do vidente que se orienta após um lançamento, necessita de um feeedback, de um retorno, do tutor, daquele que orienta a modalidade, para saber quantos e quais pinos foram derrubados.

Entrevista com João Quirino:
“Tenho 35 anos, sou cego desde os quatro meses de nascido, devido ao sarampo. Estou cursando a faculdade de educação física, onde conheci o meu amigo Leonardo, que me trouxe aqui para que eu tivesse essa experiência com o Boliche.”

Entrevista com Sandro Laina:
sandro_laina“Sou praticante de futebol de salão para cegos e fui medalhista de ouro paraolímpico. Quando vi essa oportunidade de praticar o esporte, num primeiro momento mais como lazer mesmo, tal como se começa todo esporte paraolímpico, fiquei extremamente feliz e contente pela oportunidade. A gente tem realmente a possibilidade de abrir um leque de diversão para a família. Por exemplo, se você é casado com uma pessoa que enxerga, e também seus filhos enxergam, aí você fica pensando: “O que eu vou fazer com a minha família num domingo? Aqui, no Boliche, você realmente se torna igual na prática do lazer.

Leonardo conclui: Você que está em casa, que está aí querendo praticar uma modalidade esportiva ou realmente quer derrubar qualquer tipo de barreira, acho que o melhor caminho é vir para o Boliche e praticar. A gente pode estar de cadeira de rodas, de muleta, andando ou não andando, enxergando ou não enxergando, ou seja, não há limitações.

Extraído do “Programa Especial” da TVE apresentado por Juliana Oliveira em maio de 2006, na Rede Brasil, gravado nas pistas do Barra Bowling, Rio de Janeiro/RJ.

Para informações sobre modalidades esportivas para deficientes visuais no Brasil, o endereço é www.cbdc.org.br. Aproveite a visita e colabore com a campanha 2009 para salvação da CBDC.

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3 Respostas para “BOLICHE PARA CEGOS NO BARRA BOWLING

  1. Muito bom, é lindo ver este tipo de trabalho, isto é mais um motivo de valorizar e motivar as pessoas a jogar boliche e superar seus limites.

    ¨O LIMITE ESTA EM NOSSA CABEÇA¨
    César Augusto Cielo Filho

  2. É isso mesmo, Raoni. E para quem achar que eles têm algum limite, leia isto aqui…

  3. Leonardo Mataruna

    Obrigado pelas palavras. Gostamos de nos divertir e ao mesmo tempo desenvolver um trabalho com qualidade. Vamos dar oportunidade a diversidade!

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